SOBRE

BIOGRAFIA
Trabalhar para promover mudanças sociais tem sido uma forte motivação para Mariana Braz desde pequena, e, por entender a saúde mental também como um direito, escolheu a Psicologia como profissão, já com o foco em trabalhar com a saúde mental de mulheres.
Em 2017, buscando ampliar seus horizontes, conhecer novas culturas e expandir sua visão de mundo, decidiu mudar-se para Portugal, e se encantou pela beleza e pela vida no país, embora não tenha deixado de manter contato com pessoas imigrantes, principalmente brasileiras, por entender que era importante estar conectada com suas raízes e com realidades parecidas com a sua, onde pudesse trocar vivências e sentimentos com pessoas que pudessem entendê-la. A partir das suas próprias experiências e da escuta das experiências de outras mulheres, e, portanto, ‘nossas’, foi compreendendo a realidade de ser mulher brasileira e imigrante em Portugal, além dos desafios enfrentados pelo próprio processo imigratório.
Sendo a imigração um tema que a atravessou profundamente enquanto pessoa e enquanto profissional, não poderia escolher outro tema para trabalhar senão com mulheres imigrantes, e por isso decidiu continuar a viver em Portugal e mudou-se para Lisboa.
Concluiu sua licenciatura no ISPA, ingressou no mestrado em Psicologia Clínica na mesma instituição, e em 2020 iniciou um estágio curricular em Psicologia na Unidade de Apoio à Vítima Migrante e Discriminação (UAVMD) da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), em Lisboa. No âmbito do estágio curricular começou a trabalhar na prática com mulheres imigrantes sobreviventes de violência doméstica, experiência que durou um ano e motivou-a a pesquisar mais especificamente sobre violências contra mulheres imigrantes em Portugal.
Decidiu então trabalhar com o tema da imigração e da violência doméstica também enquanto pesquisadora, e escreveu sua tese de mestrado, intitulada “Os estereótipos da ‘mulher brasileira’ e a violência por parceiro íntimo”, onde investigou como os
estereótipos associados à mulheres brasileiras contribuem para a violência doméstica contra mulheres brasileiras imigrantes em Portugal.
No mesmo período, sentindo falta de um letramento racial, feminista e queer na prática da Psicologia Clínica, passou a estudar sobre racismo e teorias feministas e queers, tendo feito algumas formações no Di Jeje.
Em 2020, durante a pandemia da Covid-19, cansada de apenas assistir às violências contra imigrantes em Portugal, decidiu criar um espaço nas redes sociais onde mulheres brasileiras imigrantes nos mais diversos países pudessem relatar suas experiências de violências de maneira anônima, dando visibilidade ao tema, e assim nasceu o projeto brasileiras não se calam!. O projeto tomou grandes proporções, e vem sendo destaque em vários jornais e revistas em Portugal, no Brasil, e até mesmo na ONU. Durante a pandemia foi criada através do projeto uma rede de apoio de advogadas, psicólogas, professoras de idiomas, professoras de yoga, e gestoras de carreiras voluntárias, que ofereceram seus serviços gratuitamente à mulheres brasileiras imigrantes em diversos países. O projeto também realiza um grupo de apoio emocional online, coordenado por Mariana Braz, onde mulheres brasileiras imigrantes podem trocar suas experiências de maneira segura. Mais recentemente o projeto também passou a desenvolver um podcast, onde Mariana Braz conversa com mulheres brasileiras sobre suas experiências em outros países e sobre os apoios disponíveis à nossa comunidade.
A partir de seu trabalho com mulheres imigrantes, Mariana Braz também foi colunista do Gerador, e passou a contribuir também com o Público e com o Diário de Notícias, publicando artigos de opinião sobre temas relevantes para a comunidade brasileira que vive no exterior. Também escreveu um capítulo do livro “Gênero e imigração: Retrato das brasileiras em Portugal durante a pandemia da Covid-19”, organizado pela Plataforma Geni.
Mariana Braz também vem sendo convidada a falar sobre o tema da imigração em Portugal, e já contribuiu com diversas entrevistas para jornais como a Folha de São Paulo, o Globo, a Uol, e para a ONU, e participou como oradora do 1° Encontro de Mulheres Brasileiras em Portugal, organizado pela Coletiva Maria Felipa no Porto, do Projeto Rede Pares, organizado pela EEA Grants, do IV Congresso ABRE, organizado pelo ISCTE, e do lançamento do livro “Gênero e imigração: Retrato das brasileiras em Portugal durante a pandemia da Covid-19”, na Casa do Brasil de Lisboa.
Cada vez mais envolvida no trabalho com pessoas imigrantes, em 2022 decidiu então realizar o estágio profissional da Ordem dos Psicólogos Portugueses também na Unidade de Apoio à Vítima Migrante e Discriminação (UAVMD), onde passou mais um ano e meio, agora trabalhando de maneira mais intensa e profunda com mulheres imigrantes, o que permitiu ampliar ainda mais o seu conhecimento sobre as diversas realidades da imigração.
Após terminar o mestrado e o estágio profissional da Ordem dos Psicólogos Portugueses, mudou-se para Coimbra e ingressou no doutorado em Estudos Feministas na Universidade de Coimbra, onde tem continuado a pesquisar sobre a relação entre violências contra mulheres imigrantes e a saúde mental.
Atualmente, além de continuar desenvolvendo o projeto brasileiras não se calam! e sua pesquisa de doutorado, também trabalha como psicóloga clínica atendendo mulheres brasileiras imigrantes em diversos países.
EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO
Membra efetiva da Ordem dos Psicólogos Portugueses (2023) (Cédula nº 27951)
Ordem dos Psicólogos Portugueses
Lisboa – Portugal
Formação em Prevenção e Combate à Violência Contra às Mulheres e a Violência Doméstica (2021)
Plataforma Portuguesa Para os Direitos das Mulheres
Online
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
Psicóloga clínica (2023 – Atual)
Online
Realiza psicoterapia com mulheres brasileiras que vivem no exterior.
Psicóloga na Unidade de Apoio à Vítima Migrante e Discriminação (UAVMD) da APAV (2023 – 2023)
Lisboa – Portugal
Prestou apoio psicológico à mulheres imigrantes sobreviventes de violência doméstica em Portugal.
Estagiária pela Ordem dos Psicólogos Portugueses na Unidade de Apoio à Vítima Migrante e Discriminação (UAVMD) da APAV (2022 – 2023)
Lisboa – Portugal
Trabalhou com mulheres imigrantes sobreviventes de violência doméstica em Portugal. Exerceu o cargo de Psicólogo Júnior, prestando apoio psicológico à estas mulheres.
Estagiária pelo ISPA na Unidade de Apoio à Vítima Migrante e Discriminação (UAVMD) da APAV (2020 – 2021)
Lisboa – Portugal
Exerceu o cargo de Técnica de Apoio à Vítima, prestando acolhimento, apoio emocional, e informações sobre quais os direitos destas mulheres.
Coordenadora do Grupo de Apoio Emocional do Projeto brasileiras não se calam! (2020 – atual)
Online
Coordena o grupo de apoio emocional do Projeto brasileiras não se calam!, organizando e fazendo a mediação durante os encontros.
PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS
5° Congresso de Psicanálise em Língua Portuguesa – Escravidão e Liberdade: Travessias do Corpo e da Alma (Ouvinte) (2023)
Salvador, Brasil
Migração brasileira em Portugal: experiências, ativismo e movimentos sociais (Oradora) (2023)
Lisboa, Portugal
O projeto “brasileiras não se calam” (Oradora) (2022)
1° Encontro de Mulheres Brasileiras em Portugal – Coletiva Maria Felipa
Porto, Portugal
Gênero e imigração: Retrato das brasileiras em Portugal durante a pandemia da Covid-19 (Oradora) (2022)
Lisboa, Portugal
Os estereótipos da ‘mulher brasileira’ e a violência por parceiro íntimo (Oradora) (2022)
Projeto Rede Pares – EEA Grants
Online
ATIVIDADES SOCIAIS E POLÍTICAS
Projeto brasileiras não se calam! (2020 – atual)
Há 05 anos desenvolve o projeto brasileiras não se calam!, que tem como objetivo acolher e empoderar mulheres brasileiras imigrantes pelo mundo. Acredita que o processo imigratório é melhor vivido em comunidade, e por isso tenta criar uma comunidade virtual para que mulheres brasileiras imigrantes possam trocar experiências, conhecimentos, e contribuir ativamente na construção de um mundo mais justo. No projeto compartilha nas redes sociais relatos de agressões contra mulheres brasileiras pelo mundo, coordena um grupo de apoio emocional para mulheres brasileiras que vivem no exterior, presta apoio psicológico à essas mulheres a um valor social, e desenvolve um podcast onde conversa com mulheres imigrantes e com profissionais que trabalham com esse público e que trazem informações relevantes para pessoas imigrantes pelo mundo.